sábado, 8 de dezembro de 2012



Solenidade da Imaculada Conceição de Maria

Neste dia, rezemos pelo nosso querido bispo diocesano, Dom Antonio Fernando Brochini, CSS e pelos padres Eder Soares, Edson César Guiaro, Eliel Donizete Moreira, Ermínio Ignácio dos Reis, Hamilton César Stempniewski, Paulo Barbosa, Rogério Ari de Carvalho, Sebastião Ricardo Vicente e Sinval da Silva Junior, que hoje comemoram mais um ano de vida sacerdotal.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012


VOCAÇÃO MATRIMONIAL

Pe. José Felippe Netto

Quando se fala em “vocação” lembra-se logo no padre e na religiosa
(freira, como muita gente conhece), não é verdade? É necessário
lembrar que a vida matrimonial, ou o casamento, também é uma vocação,
um chamado de Deus à maioria das pessoas. Você já havia pensado nisso?
Para namorar, noivar e casar é necessário ter vocação! É preciso ser
chamado(a) por Deus para esse estado de vida!
O casamento é algo santo e querido por Deus. A própria Bíblia nos
diz, no livro do Gênesis, que Deus disse ao homem e à mulher: “Crescei
e multiplicai-vos” (Gn 1,28). O casamento foi elevado à categoria de
sacramento e Jesus disse que o homem não pode separar aquilo que Deus
uniu (Mt 19,6). Isto também é bíblico. O saudoso Beato João Paulo II
mencionou o assunto no documento sobre a família.
“A família cristã, de fato, é a primeira comunidade chamada a
anunciar o Evangelho à pessoa humana em crescimento e a levá-la,
através de uma catequese e educação progressiva, à plenitude da
maturidade humana e cristã. Como comunidade educativa, a família deve
ajudar o homem e a mulher a discernir a própria vocação e a assumir o
empenho necessário para uma maior justiça, formando-os, desde o
início, para relações interpessoais, ricas de justiça e de amor”.
Um sinal deste profundo interesse da Igreja Católica pela família foi
o Sínodo dos Bispos realizado em Roma, de 26 de setembro a 25 de
outubro de 1980. Por aí você pode tirar uma conclusão: casamento é
coisa séria! Constituir uma família não é para qualquer um. Ninguém
deve casar-se se não sentir-se preparado(a) para isso! Ninguém deve
casar-se porque todo mundo casa! E parece-me que não é isso que a
gente tem visto por aí, ultimamente, não é mesmo? Então, se você já se
casou, faça um bom exame de consciência (balanço) e veja como está seu
casamento. Se pretende casar-se, veja se está em condição de o fazer.
Releie este artigo várias vezes durante a semana e pense no assunto.

domingo, 18 de novembro de 2012

Encontro Vocacional 18 de novembro de 2012
A Radicalidade da Fé










Aprovados para o Curso Propedêutico 2013

José Vinícius Bonfante
Paróquia São Pedro Apóstolo - Guariroba

Samuel Golfeto
Paróquia São Benedito - Monte Alto

Thales Martins dos Santos
Paróquia Santo Antonio - Taiuva

Danilo Morozini e Kleber Leocácio
Paróquia São Benedito - Jaboticabal

Guilherme Shimano
Paróquia Nossa Senhora Aparecida - Viradouro

Serviço de Animação Vocacional
Vocacionados participante do último encontro de 2012

sábado, 17 de novembro de 2012






«Ide e fazei discípulos entre as nações!» (cf. Mt 28,19)
Queridos jovens,
Desejo fazer chegar a todos vós minha saudação cheia de alegria e afeto. Tenho a certeza que muitos de vós regressastes a casa da Jornada Mundial da Juventude em Madrid mais «enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé» (cf. Col 2,7). Este ano, inspirados pelo tema: «Alegrai-vos sempre no Senhor» (Fil 4,4) celebramos a alegria de ser cristãos nas várias Dioceses. E agora estamo-nos preparando para a próxima Jornada Mundial, que será celebrada no Rio de Janeiro, Brasil, em julho de 2013.
Desejo, em primeiro lugar, renovar a vós o convite para participardes nesse importante evento. A conhecida estátua do Cristo Redentor, que se eleva sobre aquela bela cidade brasileira, será o símbolo eloquente deste convite: seus braços abertos são o sinal da acolhida que o Senhor reservará a todos quantos vierem até Ele, e o seu coração retrata o imenso amor que Ele tem por cada um e cada uma de vós. Deixai-vos atrair por Ele! Vivei essa experiência de encontro com Cristo, junto com tantos outros jovens que se reunirão no Rio para o próximo encontro mundial! Deixai-vos amar por Ele e sereis as testemunhas de que o mundo precisa.
Convido a vos preparardes para a Jornada Mundial do Rio de Janeiro, meditando desde já sobre o tema do encontro: «Ide e fazei discípulos entre as nações» (cf. Mt 28,19). Trata-se da grande exortação missionária que Cristo deixou para toda a Igreja e que permanece atual ainda hoje, dois mil anos depois. Agora este mandato deve ressoar fortemente em vosso coração. O ano de preparação para o encontro do Rio coincide com o Ano da fé, no início do qual o Sínodo dos Bispos dedicou os seus trabalhos à «nova evangelização para a transmissão da fé cristã». Por isso me alegro que também vós, queridos jovens, sejais envolvidos neste impulso missionário de toda a Igreja: fazer conhecer Cristo é o dom mais precioso que podeis fazer aos outros.
1. Uma chamada urgente
A história mostra-nos muitos jovens que, através do dom generoso de si mesmos, contribuíram grandemente para o Reino de Deus e para o desenvolvimento deste mundo, anunciando o Evangelho. Com grande entusiasmo, levaram a Boa Nova do Amor de Deus manifestado em Cristo, com meios e possibilidades muito inferiores àqueles de que dispomos hoje em dia. Penso, por exemplo, no Beato José de Anchieta, jovem jesuíta espanhol do século XVI, que partiu em missão para o Brasil quando tinha menos de vinte anos e se tornou um grande apóstolo do Novo Mundo. Mas penso também em tantos de vós que se dedicam generosamente à missão da Igreja: disto mesmo tive um testemunho surpreendente na Jornada Mundial de Madri, em particular na reunião com os voluntários.
Hoje, não poucos jovens duvidam profundamente que a vida seja um bem, e não veem com clareza o próprio caminho. De um modo geral, diante das dificuldades do mundo contemporâneo, muitos se perguntam: E eu, que posso fazer? A luz da fé ilumina esta escuridão, nos fazendo compreender que toda existência tem um valor inestimável, porque é fruto do amor de Deus. Ele ama mesmo quem se distanciou ou esqueceu d’Ele: tem paciência e espera; mais que isso, deu o seu Filho, morto e ressuscitado, para nos libertar radicalmente do mal. E Cristo enviou os seus discípulos para levar a todos os povos este alegre anúncio de salvação e de vida nova.
A Igreja, para continuar esta missão de evangelização, conta também convosco. Queridos jovens, vós sois os primeiros missionários no meio dos jovens da vossa idade! No final do Concílio Ecumênico Vaticano II, cujo cinquentenário celebramos neste ano, o Servo de Deus Paulo VI entregou aos jovens e às jovens do mundo inteiro uma Mensagem que começava com estas palavras: «É a vós, rapazes e moças de todo o mundo, que o Concílio quer dirigir a sua última mensagem, pois sereis vós a recolher o facho das mãos dos vossos antepassados e a viver no mundo no momento das mais gigantescas transformações da sua história, sois vós quem, recolhendo o melhor do exemplo e do ensinamento dos vossos pais e mestres, ides constituir a sociedade de amanhã: salvar-vos-eis ou perecereis com ela». E concluía com um apelo: «Construí com entusiasmo um mundo melhor que o dos vossos antepassados!» (Mensagem aos jovens, 8 de dezembro de 1965).
Queridos amigos, este convite é extremamente atual. Estamos passando por um período histórico muito particular: o progresso técnico nos deu oportunidades inéditas de interação entre os homens e entre os povos, mas a globalização destas relações só será positiva e fará crescer o mundo em humanidade se estiver fundada não sobre o materialismo mas sobre o amor, a única realidade capaz de encher o coração de cada um e unir as pessoas. Deus é amor. O homem que esquece Deus fica sem esperança e se torna incapaz de amar seu semelhante. Por isso é urgente testemunhar a presença de Deus para que todos possam experimentá-la: está em jogo a salvação da humanidade, a salvação de cada um de nós. Qualquer pessoa que entenda essa necessidade, não poderá deixar de exclamar com São Paulo: «Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho» (1 Cor 9,16).
2. Tornai-vos discípulos de Cristo
Esta chamada missionária vos é dirigida também por outro motivo: é necessário para o nosso caminho de fé pessoal. O Beato João Paulo II escrevia: «É dando a fé que ela se fortalece» (Encíclica Redemptoris missio, 2). Ao anunciar o Evangelho, vós mesmos cresceis em um enraizamento cada vez mais profundo em Cristo, vos tornais cristãos maduros. O compromisso missionário é uma dimensão essencial da fé: não se crê verdadeiramente, se não se evangeliza. E o anúncio do Evangelho não pode ser senão consequência da alegria de ter encontrado Cristo e ter descoberto n’Ele a rocha sobre a qual construir a própria existência. Comprometendo-vos no serviço aos demais e no anúncio do Evangelho, a vossa vida, muitas vezes fragmentada entre tantas atividades diversas, encontrará no Senhor a sua unidade; construir-vos-eis também a vós mesmos; crescereis e amadurecereis em humanidade.
Mas, que significa ser missionário? Significa acima de tudo ser discípulo de Cristo e ouvir sem cessar o convite a segui-Lo, o convite a fixar o olhar n’Ele: «Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração» (Mt 11,29). O discípulo, de fato, é uma pessoa que se põe à escuta da Palavra de Jesus (cf. Lc 10,39), a quem reconhece como o Mestre que nos amou até o dom de sua vida. Trata-se, portanto, de cada um de vós deixar-se plasmar diariamente pela Palavra de Deus: ela vos transformará em amigos do Senhor Jesus, capazes de fazer outros jovens entrar nesta mesma amizade com Ele.
Aconselho-vos a guardar na memória os dons recebidos de Deus, para poder transmiti-los ao vosso redor. Aprendei a reler a vossa história pessoal, tomai consciência também do maravilhoso legado recebido das gerações que vos precederam: tantos cristãos nos transmitiram a fé com coragem, enfrentando obstáculos e incompreensões. Não o esqueçamos jamais! Fazemos parte de uma longa cadeia de homens e mulheres que nos transmitiram a verdade da fé e contam conosco para que outros a recebam. Ser missionário pressupõe o conhecimento deste patrimônio recebido que é a fé da Igreja: é necessário conhecer aquilo em que se crê, para podê-lo anunciar. Como escrevi na introdução do YouCat, o Catecismo para jovens que vos entreguei no Encontro Mundial de Madri, «tendes de conhecer a vossa fé como um especialista em informática domina o sistema operacional de um computador. Tendes de compreendê-la como um bom músico entende uma partitura. Sim, tendes de estar enraizados na fé ainda mais profundamente que a geração dos vossos pais, para enfrentar os desafios e as tentações deste tempo com força e determinação» (Prefácio).
3. Ide!
Jesus enviou os seus discípulos em missão com este mandato: «Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! Quem crer e for batizado será salvo» (Mc 16,15-16). Evangelizar significa levar aos outros a Boa Nova da salvação, e esta Boa Nova é uma pessoa: Jesus Cristo. Quando O encontro, quando descubro até que ponto sou amado por Deus e salvo por Ele, nasce em mim não apenas o desejo, mas a necessidade de fazê-lo conhecido pelos demais. No início do Evangelho de João, vemos como André, depois de ter encontrado Jesus, se apressa em conduzir a Ele seu irmão Simão (cf. 1,40-42). A evangelização sempre parte do encontro com o Senhor Jesus: quem se aproximou d’Ele e experimentou o seu amor, quer logo partilhar a beleza desse encontro e a alegria que nasce dessa amizade. Quanto mais conhecemos a Cristo, tanto mais queremos anunciá-lo. Quanto mais falamos com Ele, tanto mais queremos falar d’Ele. Quanto mais somos conquistados por Ele, tanto mais desejamos levar outras pessoas para Ele.
Pelo Batismo, que nos gera para a vida nova, o Espírito Santo vem habitar em nós e inflama a nossa mente e o nosso coração: é Ele que nos guia para conhecer a Deus e entrar em uma amizade sempre mais profunda com Cristo. É o Espírito que nos impulsiona a fazer o bem, servindo os outros com o dom de nós mesmos. Depois, através do sacramento da Confirmação, somos fortalecidos pelos seus dons, para testemunhar de modo sempre mais maduro o Evangelho. Assim, o Espírito de amor é a alma da missão: Ele nos impele a sair de nós mesmos para «ir» e evangelizar. Queridos jovens, deixai-vos conduzir pela força do amor de Deus, deixai que este amor vença a tendência de fechar-se no próprio mundo, nos próprios problemas, nos próprios hábitos; tende a coragem de «sair» de vós mesmos para «ir» ao encontro dos outros e guiá-los ao encontro de Deus.
4. Alcançai todos os povos
Cristo ressuscitado enviou os seus discípulos para dar testemunho de sua presença salvífica a todos os povos, porque Deus, no seu amor superabundante, quer que todos sejam salvos e ninguém se perca. Com o sacrifício de amor na Cruz, Jesus abriu o caminho para que todo homem e toda mulher possa conhecer a Deus e entrar em comunhão de amor com Ele. E constituiu uma comunidade de discípulos para levar o anúncio salvífico do Evangelho até os confins da terra, a fim de alcançar os homens e as mulheres de todos os lugares e de todos os tempos. Façamos nosso esse desejo de Deus!
Queridos amigos, estendei o olhar e vede ao vosso redor: tantos jovens perderam o sentido da sua existência. Ide! Cristo precisa de também de vós. Deixai-vos envolver pelo seu amor, sede instrumentos desse amor imenso, para que alcance a todos, especialmente aos «afastados». Alguns encontram-se geograficamente distantes, enquanto outros estão longe porque a sua cultura não dá espaço para Deus; alguns ainda não acolheram o Evangelho pessoalmente, enquanto outros, apesar de o terem recebido, vivem como se Deus não existisse. A todos abramos a porta do nosso coração; procuremos entrar em diálogo com simplicidade e respeito: este diálogo, se vivido com uma amizade verdadeira, dará seus frutos. Os «povos», aos quais somos enviados, não são apenas os outros Países do mundo, mas também os diversos âmbitos de vida: as famílias, os bairros, os ambientes de estudo ou de trabalho, os grupos de amigos e os locais de lazer. O jubiloso anúncio do Evangelho se destina a todos os âmbitos da nossa vida, sem exceção.
Gostaria de destacar dois campos, nos quais deve fazer-se ainda mais solícito o vosso empenho missionário. O primeiro é o das comunicações sociais, em particular o mundo da internet. Como tive já oportunidade de dizer-vos, queridos jovens, «senti-vos comprometidos a introduzir na cultura deste novo ambiente comunicador e informativo os valores sobre os quais assenta a vossa vida! [...] A vós, jovens, que vos encontrais quase espontaneamente em sintonia com estes novos meios de comunicação, compete de modo particular a tarefa da evangelização deste "continente digital"» (Mensagem para o XLIII Dia Mundial das Comunicações Sociais, 24 de maio de 2009). Aprendei, portanto, a usar com sabedoria este meio, levando em conta também os perigos que ele traz consigo, particularmente o risco da dependência, de confundir o mundo real com o virtual, de substituir o encontro e o diálogo direto com as pessoas por contatos na rede.
O segundo campo é o da mobilidade. Hoje são sempre mais numerosos os jovens que viajam, seja por motivos de estudo ou de trabalho, seja por diversão. Mas penso também em todos os movimentos migratórios, que levam milhões de pessoas, frequentemente jovens, a se transferir e mudar de Região ou País, por razões econômicas ou sociais. Também estes fenômenos podem se tornar ocasiões providenciais para a difusão do Evangelho. Queridos jovens, não tenhais medo de testemunhar a vossa fé também nesses contextos: para aqueles com quem vos deparareis, é um dom precioso a comunicação da alegria do encontro com Cristo.
5. Fazei discípulos!
Penso que já várias vezes experimentastes a dificuldade de envolver os jovens da vossa idade na experiência da fé. Frequentemente tereis constatado que em muitos deles, especialmente em certas fases do caminho da vida, existe o desejo de conhecer a Cristo e viver os valores do Evangelho, mas tal desejo é acompanhado pela sensação de ser inadequados e incapazes. Que fazer? Em primeiro lugar, a vossa solicitude e a simplicidade do vosso testemunho serão um canal através do qual Deus poderá tocar seu coração. O anúncio de Cristo não passa somente através das palavras, mas deve envolver toda a vida e traduzir-se em gestos de amor. A ação de evangelizar nasce do amor que Cristo infundiu em nós; por isso, o nosso amor deve conformar-se sempre mais ao d’Ele. Como o bom Samaritano, devemos manter-nos solidários com quem encontramos, sabendo escutar, compreender e ajudar, para conduzir, quem procura a verdade e o sentido da vida, à casa de Deus que é a Igreja, onde há esperança e salvação (cf. Lc 10,29-37). Queridos amigos, nunca esqueçais que o primeiro ato de amor que podeis fazer ao próximo é partilhar a fonte da nossa esperança: quem não dá Deus, dá muito pouco. Aos seus apóstolos, Jesus ordena: «Fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei» (Mt 28,19-20). Os meios que temos para «fazer discípulos» são principalmente o Batismo e a catequese. Isto significa que devemos conduzir as pessoas que estamos evangelizando ao encontro com Cristo vivo, particularmente na sua Palavra e nos Sacramentos: assim poderão crer n’Ele, conhecerão a Deus e viverão da sua graça. Gostaria que cada um de vós se perguntasse: Alguma vez tive a coragem de propor o Batismo a jovens que ainda não o receberam? Convidei alguém a seguir um caminho de descoberta da fé cristã? Queridos amigos, não tenhais medo de propor aos jovens da vossa idade o encontro com Cristo. Invocai o Espírito Santo: Ele vos guiará para entrardes sempre mais no conhecimento e no amor de Cristo, e vos tornará criativos na transmissão do Evangelho.
6. Firmes na fé
Diante das dificuldades na missão de evangelizar, às vezes sereis tentados a dizer como o profeta Jeremias: «Ah! Senhor Deus, eu não sei falar, sou muito novo». Mas, também a vós, Deus responde: «Não digas que és muito novo; a todos a quem eu te enviar, irás» (Jr 1,6-7). Quando vos sentirdes inadequados, incapazes e frágeis para anunciar e testemunhar a fé, não tenhais medo. A evangelização não é uma iniciativa nossa nem depende primariamente dos nossos talentos, mas é uma resposta confiante e obediente à chamada de Deus, e portanto não se baseia sobre a nossa força, mas na d’Ele. Isso mesmo experimentou o apóstolo Paulo: «Trazemos esse tesouro em vasos de barro, para que todos reconheçam que este poder extraordinário vem de Deus e não de nós» (2 Cor 4,7).
Por isso convido-vos a enraizar-vos na oração e nos sacramentos. A evangelização autêntica nasce sempre da oração e é sustentada por esta: para poder falar de Deus, devemos primeiro falar com Deus. E, na oração, confiamos ao Senhor as pessoas às quais somos enviados, suplicando-Lhe que toque o seu coração; pedimos ao Espírito Santo que nos torne seus instrumentos para a salvação dessas pessoas; pedimos a Cristo que coloque as palavras nos nossos lábios e faça de nós sinais do seu amor. E, de modo mais geral, rezamos pela missão de toda a Igreja, de acordo com a ordem explícita de Jesus: «Pedi, pois, ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!» (Mt 9,38). Sabei encontrar na Eucaristia a fonte da vossa vida de fé e do vosso testemunho cristão, participando com fidelidade na Missa ao domingo e sempre que possível também durante a semana. Recorrei frequentemente ao sacramento da Reconciliação: é um encontro precioso com a misericórdia de Deus que nos acolhe, perdoa e renova os nossos corações na caridade. E, se ainda não o recebestes, não hesiteis em receber o sacramento da Confirmação ou Crisma preparando-vos com cuidado e solicitude. Junto com a Eucaristia, esse é o sacramento da missão, porque nos dá a força e o amor do Espírito Santo para professar sem medo a fé. Encorajo-vos ainda à prática da adoração eucarística: permanecer à escuta e em diálogo com Jesus presente no Santíssimo Sacramento, torna-se ponto de partida para um renovado impulso missionário.
Se seguirdes este caminho, o próprio Cristo vos dará a capacidade de ser plenamente fiéis à sua Palavra e de testemunhá-Lo com lealdade e coragem. Algumas vezes sereis chamados a dar provas de perseverança, particularmente quando a Palavra de Deus suscitar reservas ou oposições. Em certas regiões do mundo, alguns de vós sofrem por não poder testemunhar publicamente a fé em Cristo, por falta de liberdade religiosa. E há quem já tenha pagado com a vida o preço da própria pertença à Igreja. Encorajo-vos a permanecer firmes na fé, certos de que Cristo está ao vosso lado em todas as provas. Ele vos repete: «Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus» (Mt 5,11-12).
7. Com toda a Igreja
Queridos jovens, para permanecer firmes na confissão da fé cristã nos vários lugares onde sois enviados, precisais da Igreja. Ninguém pode ser testemunha do Evangelho sozinho. Jesus enviou em missão os seus discípulos juntos: o mandato «fazei discípulos» é formulado no plural. Assim, é sempre como membros da comunidade cristã que prestamos o nosso testemunho, e a nossa missão torna-se fecunda pela comunhão que vivemos na Igreja: seremos reconhecidos como discípulos de Cristo pela unidade e o amor que tivermos uns com os outros (cf. Jo 13,35). Agradeço ao Senhor pela preciosa obra de evangelização que realizam as nossas comunidades cristãs, as nossas paróquias, os nossos movimentos eclesiais. Os frutos desta evangelização pertencem a toda a Igreja: «um é o que semeia e outro o que colhe», dizia Jesus (Jo 4,37).
A propósito, não posso deixar de dar graças pelo grande dom dos missionários, que dedicam toda a sua vida ao anúncio do Evangelho até os confins da terra. Do mesmo modo bendigo o Senhor pelos sacerdotes e os consagrados, que ofertam inteiramente as suas vidas para que Jesus Cristo seja anunciado e amado. Desejo aqui encorajar os jovens chamados por Deus a alguma dessas vocações, para que se comprometam com entusiasmo: «Há mais alegria em dar do que em receber!» (At 20,35). Àqueles que deixam tudo para segui-Lo, Jesus prometeu o cêntuplo e a vida eterna (cf. Mt 19,29).
Dou graças também por todos os fiéis leigos que se empenham por viver o seu dia-a-dia como missão, nos diversos lugares onde se encontram, tanto em família como no trabalho, para que Cristo seja amado e cresça o Reino de Deus. Penso particularmente em quantos atuam no campo da educação, da saúde, do mundo empresarial, da política e da economia, e em tantos outros âmbitos do apostolado dos leigos. Cristo precisa do vosso empenho e do vosso testemunho. Que nada – nem as dificuldades, nem as incompreensões – vos faça renunciar a levar o Evangelho de Cristo aos lugares onde vos encontrais: cada um de vós é precioso no grande mosaico da evangelização!
8. «Aqui estou, Senhor!»
Em suma, queridos jovens, queria vos convidar a escutar no íntimo de vós mesmos a chamada de Jesus para anunciar o seu Evangelho. Como mostra a grande estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, o seu coração está aberto para amar a todos sem distinção, e seus braços estendidos para alcançar a cada um. Sede vós o coração e os braços de Jesus. Ide testemunhar o seu amor, sede os novos missionários animados pelo seu amor e acolhimento. Segui o exemplo dos grandes missionários da Igreja, como São Francisco Xavier e muitos outros.
No final da Jornada Mundial da Juventude em Madrid, dei a bênção a alguns jovens de diferentes continentes que partiam em missão. Representavam a multidão de jovens que, fazendo eco às palavras do profeta Isaías, diziam ao Senhor: «Aqui estou! Envia-me» (Is 6,8). A Igreja tem confiança em vós e vos está profundamente grata pela alegria e o dinamismo que trazeis: usai os vossos talentos generosamente ao serviço do anúncio do Evangelho. Sabemos que o Espírito Santo se dá a quantos, com humildade de coração, se tornam disponíveis para tal anúncio. E não tenhais medo! Jesus, Salvador do mundo, está conosco todos os dias, até o fim dos tempos (cf. Mt 28,20).
Dirigido aos jovens de toda a terra, este apelo assume uma importância particular para vós, queridos jovens da América Latina. De fato, na V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, realizada em Aparecida, no ano de 2007, os bispos lançaram uma «missão continental». E os jovens, que constituem a maioria da população naquele continente, representam uma força importante e preciosa para a Igreja e para a sociedade. Por isso sede vós os primeiros missionários. Agora que a Jornada Mundial da Juventude retorna à América Latina, exorto todos os jovens do continente: transmiti aos vossos coetâneos do mundo inteiro o entusiasmo da vossa fé.
A Virgem Maria, Estrela da Nova Evangelização, também invocada sob os títulos de Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora de Guadalupe, acompanhe cada um de vós em vossa missão de testemunhas do amor de Deus. A todos, com especial carinho, concedo a minha Bênção Apostólica.
Vaticano, 18 de outubro de 2012.
BENEDICTUS PP. XVI


quarta-feira, 14 de novembro de 2012


BIOGRAFIA DE DOM LUIZ EUGÊNIO PEREZ
BISPO EMÉRITO DE JABOTICABAL

Nasceu a 5 de maio de 1928, em Orlândia, Estado de São Paulo. Filho de José Perez e Maria Vieira Perez. Aos 12 anos ingressou no Seminário Menor de Campinas e, em 1948, no Seminário Central do Ipiranga, São Paulo, onde cursou Filosofia e Teologia. Foi ordenado sacerdote em 8 de dezembro de 1954, pelo saudoso Dom Luiz do Amaral Mousinho, então Bispo de Ribeirão Preto; inicia seu trabalho como vigário cooperador na Catedral de Ribeirão Preto, onde permaneceu até 1956. Foi pároco de Cravinhos-SP, de 1957 até 1970.
Após servir como pároco foi nomeado Bispo de Jales, em 16 de março de 1970, pelo Papa Paulo VI, ordenado em 11 de junho do mesmo ano, pelo núncio apostólico Dom Humberto Mozzoni e pelos consagrantes Dom José Bernardo Mieli e Dom Jaime Luis Coelho. No dia 2 de julho do mesmo ano, tomou posse da Diocese de Jales, como segundo Bispo Diocesano, sucedendo Dom Arthur, ali permanecendo até o ano de 1981.
Sua transferência para Jaboticabal, como seu terceiro bispo diocesano, em sucessão ao Dom José Varani, foi em 29 de agosto de 1981. Suas principais realizações à frente da Diocese de Jaboticabal, dentre outras, foram: aquisição da Rádio Vida Nova, pertencente à Fundação Nossa Senhora do Carmo, que funciona como porta-voz da mensagem da Igreja Católica, no quarto andar do edifício da Sede Social Diocesana; a instalação do Seminário Propedêutico "Beato Frei Galvão"; a construção da Casa de Encontros "Nossa Senhora de Fátima" e Seminário Diocesano "Nossa Senhora do Carmo", como também a criação das Assembléias Diocesanas de Pastoral. O ponto alto de seu episcopado frente a Diocese de Jaboticabal foi a celebração do "Jubilaeum A. D. 2000".
Em 25 de junho de 2003, Sua Santidade o Papa João Paulo II aceitou o pedido de renúncia de Dom Luiz e nomeou Dom Antônio Fernando Brochini, CSS, até então seu Coadjutor, como o quarto Bispo Diocesano de Jaboticabal.

JUBILEU de PRATA de DOM LUIZ
Um fato marcante do episcopado de Dom Luiz, em Jaboticabal, aconteceu no dia 11 de junho de 1995, quando se comemorou com muita alegria o Jubileu de Prata de sua ordenação episcopal. Iniciando a comemoração, houve, no Santuário de Nossa Senhora Aparecida, concelebração da Santa Missa por bispos e padres vindos de diversas localidades, dentre eles: Dom Jaime Luiz Coelho, arcebispo de Maringá - PR; Dom Gilberto Pereira Lopes, arcebispo de Campinas; Dom Arnaldo Ribeiro, arcebispo de Ribeirão Preto; Dom Antônio Maria Mucciolo, arcebispo de Botucatu; Dom Aloysio José Leal Penna, bispo de Bauru; Dom Eduardo Koalik, bispo de Piracicaba; Dom Luiz Demétrio Valentini, bispo de Jales; Dom Pedro Fré, bispo de Barretos; Dom Constantino Amstalden, bispo de São Carlos; Dom Diógenes Silva Mathes, bispo de Franca; Dom Bruno Gamberini, bispo de Bragança Paulista e Dom José da Silva Chaves, bispo de Uruaçu - GO. Participaram, ainda, centenas de convidados: religiosos e religiosas, seminaristas, autoridades civis de todas as paróquias da Diocese de Jaboticabal e de outras regiões. Durante a celebração foi feita a leitura de uma mensagem do Papa João Paulo II, enviada por meio de carta na qual Sua Santidade cumprimentava Dom Luiz pela data. Em seguida, houve uma fraternal recepção na Casa de Encontros Nossa Senhora de Fátima, onde Dom Luiz não escondia sua satisfação de estar entre tantos amigos, principalmente, Dom Jaime Coelho, arcebispo de Maringá, de cujas mãos recebera sua ordenação episcopal, quando desempenhou a função de um dos consagrantes, em 11 de junho de 1970.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012


VOCAÇÃO LEIGA

Pe. José Felippe Netto

Além das vocações de especial consagração, na Igreja existe também a
vocação do Cristão Leigo, ou seja, toda pessoa que não recebeu o
Sacramento da Ordem, portanto, não é Bispo, nem Padre, nem Diácono.
Sendo assim, vamos analisar a nossa realidade sobre o Cristão Leigo.

Antes, porém, devemos nos lembrar das palavras do Papa Paulo VI, que
dizia que a vocação do Cristão Leigo é principalmente esta: “Fazer o
Evangelho de Jesus presente, vivido em todas as situações da vida
humana: na política, na economia, na vida social, no trabalho, na
escola, na família, no bairro, na televisão, no rádio, nos jornais, no
lazer, enfim, em todas as circunstâncias onde só o Cristão Leigo tem
condições de estar presente”. Você já viu algum Cristão Leigo fazer
uma dessas coisas citadas pelo Papa?

O Concilio Vaticano II, no documento “Sobre a Igreja”, nos diz: “É
próprio dos Cristãos Leigos, por sua própria vocação, buscar o Reino
de Deus exercendo funções temporais e orientando-as segundo a Palavra
de Deus. Os Cristãos Leigos vivem no mundo, isto é, nos ofícios e
trabalhos, como também na vida familiar e social. Lá é que são
chamados por Deus para que, exercendo seu ofício e guiados pelo
espírito evangélico, contribuam como fermento, de dentro para fora,
para a santificação do mundo. Os Cristãos Leigos, porém, são chamados
de maneira toda especial, para tornarem a Igreja presente e ativa
naqueles ambientes e naquelas circunstâncias onde somente através
deles ela consegue ser o sal da terra. Esse apostolado deve ser
exercido por todos os cristãos sem exceção”.

Além desse apostolado, os Cristãos Leigos podem ser chamados a
colaborar de vários modos e mais diretamente com os padres e bispos,
como fizeram aqueles homens e mulheres que trabalharam com o apóstolo
Paulo na pregação do Evangelho (cf. Rm 16,1-16).

segunda-feira, 1 de outubro de 2012


VOCAÇÃO MISSIONÁRIA

Pe. José Felippe Netto

Existe um cântico cujo refrão diz: “Vai, vai, Missionário do Senhor!
Vai trabalhar na messe com ardor. Cristo também chegou para anunciar.
Não tenhas medo de evangelizar”.

Ainda hoje Deus quer que todos os homens e mulheres recebam a “Boa
Nova”, a grande notícia, pois mais de três milhões ainda não ouviram o
nome de Jesus.

No mundo existem três bilhões e quinhentos milhões de não-cristãos.
Eles também precisam ouvir a Boa Nova. E mesmo aqueles que já ouviram
e não a põem em prática precisam ouvi-la novamente.
Conforme Mc 16,12-18 o missionário é alguém que segue ao pé da letra
o que Deus falou a Abrão: “Deixa tua terra, tua família e a casa de
teu pai e vai para a terra que Eu te mostrar. Tu serás uma fonte de
bênção” (Gn 12,1s.).

Dedicar-se radicalmente ao serviço da evangelização é a vida do
Missionário. Isso implica o abandono de toda segurança material e
afetiva, o que exige uma fé igual à de Abraão.

Há nisso um desprendimento total, que o próprio Cristo exigiu dos
seus seguidores e do qual Ele foi o exemplo máximo. Um desprendimento
total, para uma entrega total. Um esquecimento de si, para lembrar aos
outros a existência de Deus.

Mas devemos entender que também todo cristão, cada um de nós, é
chamado a ser missionário, no próprio meio onde vive. Deixar a pátria,
para cada cristão, significa ter o “espírito” de missionário,
desprender-se, esvaziar-se de si, para encher-se de Deus e levá-lo aos
outros, através dos atos de sua vida.

O fechamento em si mesmo, o isolamento, o individualismo, a omissão
diante dos problemas alheios, a falta de solidariedade são contrários
ao espírito missionário. Finalmente, devemos lembrar que as pessoas do
mundo inteiro têm sede de Deus. Não há pessoa humana que não tenha
esta sede.

Por isso, o Apóstolo Paulo pergunta preocupado: “Como invocarão aquele
em quem não têm fé? E como vão ter fé naquele do qual não ouviram
falar? E como ouvirão falar, se não há quem lhes pregue?” (Rm 10,1s.).
Esta pergunta de São Paulo vale também hoje, como vale ainda hoje a
ameaça do mesmo Apóstolo: “Ai de mim se não evangelizar!” (1 Cor
9,16).

sábado, 1 de setembro de 2012


SETEMBRO: MÊS DA BÍBLIA

"A Igreja sempre venerou as Divinas Escrituras (...) Sempre as teve e tem, juntamente com a Tradição, como suprema regra de sua fé porque inspiradas por Deus e consignadas por escrito de uma vez para sempre, comunicam imutavelmente a palavra do próprio Deus e fazem ressoar através da palavra dos Profetas e Apóstolos a voz do Espírito Santo (...) Nos livros sagrados, com efeito, o Pai que está nos céus vem carinhosamente ao encontro de seus filhos e com eles fala (...)" (Dei Verbum, n. 21).


sábado, 25 de agosto de 2012


As Vocações dons do amor de Deus

Vocação Leiga
João Luzi Pozzobon


No 4º final de semana de agosto, meditamos sobre a vocação dos cristãos leigos e leigas e queremos hoje conhecer um homem, pai de família, cristão comprometido e também diácono permanente, que está em processo de canonização pela Arquidiocese de Santa Maria – RS. Trata-se de João Luiz Pozzobon, o iniciador da campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt, que está presente em várias Paróquias da nossa Diocese de Jaboticabal
.
João Luiz Pozzobon, nasceu em 12 de dezembro de 1904, em Ribeirão – RS. Filho de imigrantes italianos, aprendeu desde a infância a amar a Igreja e esforçar-se para viver a Palavra de Deus. Foi agricultor e também comerciante, dono de uma venda. Ia à Missa diariamente e rezava muitos terços ao longo do dia. Casou-se com a sra.Tereza Turcato em 1928 e teve 2 filhos. Com o falecimento da esposa, casou-se de novo, com Victoria Felipetto, tendo mais 5 filhos. Uma intensa vida de família!

E, 10 de setembro de 1950, aceitou a incumbência de levar uma Imagem da Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, de casa em casa, rezando cada noite o terço numa casa. Sr. João se torna um verdadeiro missionário e apóstolo de Jesus Cristo, sem descuidar em nada de sua própria família. Andou com essa imagem às costas por 35 anos, visitando famílias, escolas, paróquias, presídios etc e anunciando o Evangelho, rezando com o povo. Desse gesto nasceu a Campanha da Mãe Peregrina.

Em 1952, inaugurou a “Vila Nobre da Caridade”, um conjunto de casas para os pobres que não tinham onde morar. Foi incansável na caridade, providenciando de morar, de vestir e de comer junto aos empresários e pessoas de posse.

Em 30 de dezembro de 1972, foi ordenado Diácono da Igreja, pela imposição das mãos de Dom Érico Ferrari, na Capela Nossa Senhora das Graças em Santa Maria. “Minha ordenação foi como uma flor que se abriu, uma grande alegria que se estendeu a todos os amigos. Senti-me penetrado, totalmente, pelo espírito da Santa Igreja. Senti a união como um só coração. Foi um verdadeiro Cenáculo, junto com a Mãe e Rainha. A hora do Espírito Santo”.

Após 35 anos de total dedicação à Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt, falece no dia 27 de junho de 1985, quando se dirigia para a Missa de cada dia, atropelado por um caminhão. Dom Ivo Lorscheider, testemunhou: “Vejo, não sem emoção, que seu trabalho apostólico nas vilas e bairros, está chegando às Bodas de Prata… sua oração diária é um verdadeiro louvor em nossa Igreja diocesana, e seu trabalho pastoral é digno de nossa comovida homenagem”. Na homilia da Santa Missa de corpo presente, seu pároco testemunha: “João cultivava uma estreita vinculação com a própria paróquia; com freqüência estava na casa paroquial, trazendo seus programas para serem aprovados. Nunca deixava o escritório sem pôr-se de joelhos e suplicar a bênção, dizendo: ‘Vou com sua bênção, Padre!’”

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

ENCONTRO VOCACIONAL COM A PARTICIPAÇÃO DOS PAIS
Seminário Diocesano "Nossa Senhora do Carmo"
Jaboticabal 19 de agosto de 2012


sábado, 18 de agosto de 2012



Solenidade da Assunção de Nossa Senhora

“Conserva o teu olhar fixo nas realidades celestiais, e não tenhas em consideração as humanas.” (Cícero)

         Quem de nós, ao longo das muitas noites de verão, já não parou um instante sequer para observar o céu estrelado e contemplar uma infinidade de pontos luminosos e nesses pontos luminosos (as estrelas) perceber o quão grande é o criador, que criou tudo de maneira tão perfeita e ordenada, que chega até a espantar olhos mais atentos e desatentos?
         Pois bem, a Palavra de Deus, nos convida hoje, a elevarmos o olhar para o firmamento, não tanto para nos deleitarmos nas nossas inúmeras fantasias (criadas pela nossa fértil imaginação, quando nos deparamos com tão grande beleza), mas para descobrirmos a luz do sol e das estrelas, ou seja, do infinito e do mistério.
         Somos convidados a contemplar Maria assunta ao céu. Contemplar a Mãe de Deus que sobe no mais alto dos céus, seguindo seu caminho, o caminho do Filho, Jesus. Assunta ao céu, Maria precede todos nós, que se honrarmos nosso nome, Cristãos, participaremos da mesma glória que ela, sendo elevado ao céu, participou. É a glória do Filho, que a admitiu à intimidade eterna com Deus.
         Sabemos que nessa vida, vivemos em meio às duvidas, aos problemas, às dificuldades. Mas não obstante tudo isso, somos convidados a olhar para o alto, para além das realidades: “Conserva teu olhar fixo nas realidades celestiais, e não tenhas em consideração as realidades humanas.”
         São Paulo na sua primeira carta aos coríntios, já os fazia pensar dizendo: “quando o corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade e este ser mortal de imortalidade, se cumprirá o escrito: A morte foi aniquilada definitivamente.” É possível falar de morte, quando celebramos a assunção de um ser mortal ao mais alto do céu? Maria morreu? Tres reflexões nos fazem pensar: a) Maria morreu, assim como Jesus e também como ele, ressuscitou e foi assunta ao céus, da mesma forma que ele ascendeu (mortalistas); b) Maria foi glorificada (imortalistas); c) Maria teria sido glorificada instantaneamente, e essa glorificação teria implicado a morte sem corrupção (intermediaria). Mas deixando de lado coisas difíceis de serem entendidas, fiquemos com a seguinte pergunta: Se Jesus Cristo, o Filho, morreu, porque não a mãe?
         Mas o que é a Assunção? Temos que dizer, que a assunção é a conclusão da Maternidade de Maria. Se o corpo de Jesus não podia ser entregue à corrupção, também o corpo da Mãe, que formou o corpo de Jesus, não podia ser entregue à corrupção.
         Enfim, com Platão, filosofo grego que viveu antes de Cristo, temos que dizer o seguinte: “a vista só é preciosa porque nos faz conhecer as estrelas, os planetas, a lua e o sol. Para mim não existe alegria maior que contemplar o céu numa noite límpida... tem-se a impressão que as estrelas entram na alma.”
         Nesses tempos tão difíceis, deveríamos permitir que a estrela mais resplandecente que todas as outras, Maria, entre em nossa alma, e nos inspire o sentimento da vontade de sermos também nos como ela. Para que como ela, nos comprometamos a ouvir a Palavra de Deus a pô-la em prática. A fim de que, como ela, admirados com as grandes obras que Deus realiza na nossa vida, elevemos o nosso hino de louvor e ação de graças.
         Contemplemos o céu; admiremos Maria; e peçamos-lhe que nos oriente a ir para além das realidades deste mundo, rumo ao mistério, ao sentido último da vida e do ser: Deus.





As vocações dons do amor de Deus!

Vida Religiosa
Madre Asssunta Marchetti

Queridos irmãos e irmãs, já estamos no terceiro domingo do mês de agosto, mês vocacional. Ainda refletindo sobre as vocações, queremos hoje falar sobre a vocações religiosa.

O beato Papa João Paulo II, em sua Exortação Apostólica pós-sinodal "Vita Consecrata", sobre a vida consagrada e a sua missão na Igreja e no mundo no número 1: "A vida consagrada, profundamente arraigada nos exemplos e ensinamentos de Cristo Senhor, é um dom de Deus Pai à sua Igreja, por meio do Espírito. Através da profissão dos conselhos evangélicos, os traços característicos de Jesus - virgem, pobre e obediente - adquirem uma típica e permanente visibilidade no meio do mundo, e o olhar dos fiéis é atraído para aquele mistério do Reino de Deus que já atua na história, mas aguarda a sua plena realização nos céus".

Neste sentido, inúmeras são as congregações religiosas, dos mais variados carismas que contribuem para fazer com que a Palavra e o amor de Deus atinjam a todos, seja através da vida contemplativa, da vida missionária ou da caridade pastoral.

Hoje queremos destacar o exemplo da Serva de Deus Madre Assunta Marchetti. Italiana de nascimento, veio para o Brasil em 1895 e com o irmão, o Pe. José Marchetti, se dedicou aos órfãos dos emigrantes italianos.
Seguindo sua vocação, junto com a mãe outras duas irmãs, apresentadas a Dom Scalabrini, fundaram as "Servas dos Órfãos e abandonados".

Madre Assunta, feliz por ter sido chamada pelo senhor a seguir seus passos, via Jesus presente nos pobres, nos doentes e nos migrantes. Fiel à sua vocação, dedicou sua juventude aos pequeninos, tornando-se mãe daqueles que se tinham tornados órfãos.

Madre Assunta é considerada modelo de incansável missionariedade e corajosa dedicação no serviço da caridade. Diante das dificuldades afirmava constantemente: "Deus vê, Deus provê"!
Em nossa diocese, Madre Assunta trabalhou na organização do serviço de enfermagem da Santa Casa de Monte Alto. Aí, Madre Assunta foi uma presença feminina corajosa e muito ungida pelo Espírito Santo, ajudando os profissionais d área da saúde bem como os funcionários daquele hospital a agirem de forma solidaria, socializando a ciência, a espiritualidade e humanizando o serviço da fé.

sábado, 11 de agosto de 2012




AS VOCAÇÕES
DONS DO AMOR DE DEUS

Vida em família

ZÉLIA GUERIN E LUÍS MARTIN






Neste final de semana, meditamos sobre a vocação matrimonial e propomos, como modelo, o casal Zélia Guerin e Luis Martin, pais de Santa Terezinha do Menino Jesus. Deles escreveu Santa Terezinha: “O Bom Deus me deu um pai e uma mãe mais dignos do Céu que da terra” (Carta de 26.7.1897).

Ele, Luís Martin (1823-1894) era relojoeiro; ela, Zélia Guérin (1831-1877), rendeira. Os dois receberam uma educação de cunho religioso em Colégios Católicos. Ao terminar os estudos, no momento de escolher o próprio futuro, Luís orientou-se para a aprendizagem do ofício de relojoeiro e Zélia, tendo se especializado em bordados, abriu um pequeno comércio e, com ele, manteve toda a família, vendendo rendas para a alta sociedade parisiense. O encontro entre os dois acontece em 1858 na ponte de São Leonardo em Alençon. Ao ver Luís, Zélia percebeu distintamente que ele seria o homem da sua vida.

Após poucos meses de noivado, casam. Conduzem uma vida conjugal no seguimento do Evangelho, ritmada pela missa quotidiana, pela oração pessoal e comunitária, pela confissão frequente, pela participação na vida paroquial. Da sua união nascem nove filhos, quatro dos quais morrem prematuramente. Entre as cinco filhas que sobreviveram, está Teresa, a futura santa, que nasceu em 1873. A família Martin educou as suas filhas a tornar-se não só boas cristãs mas também honestas cidadãs.

Zélia morreu aos 45 anos com um tumor no seio e, então, com 54 anos, Luís teve que se ocupar sozinho da família, com a ajuda de sua cunhada, tia Celina. Teve a graça de ver suas quatro filhas entrarem no Carmelo de Lisieux, onde foram não apenas religiosas, mas pessoas exemplares e dignas do céu, entre as quais a nossa conhecida Santa Terezinha do Menino Jesus. Luís foi atingido por uma enfermidade que o tornou inválido e morreu em Julho de 1894.


sexta-feira, 10 de agosto de 2012


As vocações, dons do amor de Deus!

Ministérios Ordenados

Dom Gabriel Paulino Bueno Couto



Queridos irmãos e irmãs, acolhendo as palavras do nosso Santo Padre o Papa Bento XVI, somos chamados a olhar para as vocações, como dons do amor de Deus. Ao longo de todo o ano, devemos como Igreja, suplicar ao Senhor da Messe que não falte operários para trabalhar na sua vinha.

Agosto, mês vocacional, nos faz olhar para a nossa realidade e intensificarmos as nossas orações pelas vocações, sejam elas, ao ministério ordenado, à vida consagrada, à familiar e ao engajamento leigo no seio da comunidade.

Nesta primeira semana do mês de agosto, rezamos pelas vocações sacerdotais. Em tempos de profundas transformações e constantes desafios queremos pedir ao senhor que suscite em nossas comunidades jovens dispostos a assumirem o chamado vocacional, o amor de predileção: "não fostes vós que me escolhestes; fui eu que vos escolhi e vos designei para dardes fruto" (Jo 15,16).

Neste sentido, queremos apresentar como exemplo de vocação sacerdotal o Bispo Auxiliar da Diocese de Jaboticabal, Dom Gabriel Paulino Bueno Couto, que esteve em nossa diocese entre os anos 1947 a 1953.

Homem de estatura franzina, mas de grande estrutura espiritual, renderam-lhe a fama de santo e místico.

Em nossa diocese, fundou o mosteiro "Flos Carmeli", trazendo para a cidade de Jaboticabal oito irmãs coristas e duas leigas, que, acolhidas na casa paroquial da Sé Catedral, iniciaram, de forma provisória, a vida no mosteiro. Em 16 de maio de 1952, memória de São Simão Stock é inaugurado o prédio do novo mosteiro, onde em junho do mesmo ano, três monjas brasileiras ingressam na comunidades monástica.

Como bispo, Dom Gabriel passou por várias dioceses. Foi bispo auxiliar Diocese de Taubaté, da Arquidiocese de São Paulo e por fim, bispo diocesanoda Diocese de Jundiaí.

Em Jundiaí, assumindo o governo daquela diocese disse: "Foi para vos anunciar o mistério de Cristo. A minha missão junto de vós é levar cada um à consciência do Cristo em vós, de vossa inserção no mistério de Cristo".

O centro de toda a sua vida era a oração e a pastoral. Maria era a sua inspiração. Deseja servir a Deus na sua Igreja com a humildade de um filho de Nossa Senhora. Por isso o seu lema episcopal dizia: "Filius Ancilae Tuae" (Filho da tua serva).

Em Jundiaí, permaneceu até o ano de sua morte, 1982, onde ainda no leito de morte dizia: "Jesus é para o padre mais que uma exortação, é a memória de sua vida!".

Hoje tramita naquela diocese a causa de sua beatificação.