sexta-feira, 19 de outubro de 2012


VOCAÇÃO LEIGA

Pe. José Felippe Netto

Além das vocações de especial consagração, na Igreja existe também a
vocação do Cristão Leigo, ou seja, toda pessoa que não recebeu o
Sacramento da Ordem, portanto, não é Bispo, nem Padre, nem Diácono.
Sendo assim, vamos analisar a nossa realidade sobre o Cristão Leigo.

Antes, porém, devemos nos lembrar das palavras do Papa Paulo VI, que
dizia que a vocação do Cristão Leigo é principalmente esta: “Fazer o
Evangelho de Jesus presente, vivido em todas as situações da vida
humana: na política, na economia, na vida social, no trabalho, na
escola, na família, no bairro, na televisão, no rádio, nos jornais, no
lazer, enfim, em todas as circunstâncias onde só o Cristão Leigo tem
condições de estar presente”. Você já viu algum Cristão Leigo fazer
uma dessas coisas citadas pelo Papa?

O Concilio Vaticano II, no documento “Sobre a Igreja”, nos diz: “É
próprio dos Cristãos Leigos, por sua própria vocação, buscar o Reino
de Deus exercendo funções temporais e orientando-as segundo a Palavra
de Deus. Os Cristãos Leigos vivem no mundo, isto é, nos ofícios e
trabalhos, como também na vida familiar e social. Lá é que são
chamados por Deus para que, exercendo seu ofício e guiados pelo
espírito evangélico, contribuam como fermento, de dentro para fora,
para a santificação do mundo. Os Cristãos Leigos, porém, são chamados
de maneira toda especial, para tornarem a Igreja presente e ativa
naqueles ambientes e naquelas circunstâncias onde somente através
deles ela consegue ser o sal da terra. Esse apostolado deve ser
exercido por todos os cristãos sem exceção”.

Além desse apostolado, os Cristãos Leigos podem ser chamados a
colaborar de vários modos e mais diretamente com os padres e bispos,
como fizeram aqueles homens e mulheres que trabalharam com o apóstolo
Paulo na pregação do Evangelho (cf. Rm 16,1-16).

segunda-feira, 1 de outubro de 2012


VOCAÇÃO MISSIONÁRIA

Pe. José Felippe Netto

Existe um cântico cujo refrão diz: “Vai, vai, Missionário do Senhor!
Vai trabalhar na messe com ardor. Cristo também chegou para anunciar.
Não tenhas medo de evangelizar”.

Ainda hoje Deus quer que todos os homens e mulheres recebam a “Boa
Nova”, a grande notícia, pois mais de três milhões ainda não ouviram o
nome de Jesus.

No mundo existem três bilhões e quinhentos milhões de não-cristãos.
Eles também precisam ouvir a Boa Nova. E mesmo aqueles que já ouviram
e não a põem em prática precisam ouvi-la novamente.
Conforme Mc 16,12-18 o missionário é alguém que segue ao pé da letra
o que Deus falou a Abrão: “Deixa tua terra, tua família e a casa de
teu pai e vai para a terra que Eu te mostrar. Tu serás uma fonte de
bênção” (Gn 12,1s.).

Dedicar-se radicalmente ao serviço da evangelização é a vida do
Missionário. Isso implica o abandono de toda segurança material e
afetiva, o que exige uma fé igual à de Abraão.

Há nisso um desprendimento total, que o próprio Cristo exigiu dos
seus seguidores e do qual Ele foi o exemplo máximo. Um desprendimento
total, para uma entrega total. Um esquecimento de si, para lembrar aos
outros a existência de Deus.

Mas devemos entender que também todo cristão, cada um de nós, é
chamado a ser missionário, no próprio meio onde vive. Deixar a pátria,
para cada cristão, significa ter o “espírito” de missionário,
desprender-se, esvaziar-se de si, para encher-se de Deus e levá-lo aos
outros, através dos atos de sua vida.

O fechamento em si mesmo, o isolamento, o individualismo, a omissão
diante dos problemas alheios, a falta de solidariedade são contrários
ao espírito missionário. Finalmente, devemos lembrar que as pessoas do
mundo inteiro têm sede de Deus. Não há pessoa humana que não tenha
esta sede.

Por isso, o Apóstolo Paulo pergunta preocupado: “Como invocarão aquele
em quem não têm fé? E como vão ter fé naquele do qual não ouviram
falar? E como ouvirão falar, se não há quem lhes pregue?” (Rm 10,1s.).
Esta pergunta de São Paulo vale também hoje, como vale ainda hoje a
ameaça do mesmo Apóstolo: “Ai de mim se não evangelizar!” (1 Cor
9,16).