sábado, 18 de agosto de 2012



Solenidade da Assunção de Nossa Senhora

“Conserva o teu olhar fixo nas realidades celestiais, e não tenhas em consideração as humanas.” (Cícero)

         Quem de nós, ao longo das muitas noites de verão, já não parou um instante sequer para observar o céu estrelado e contemplar uma infinidade de pontos luminosos e nesses pontos luminosos (as estrelas) perceber o quão grande é o criador, que criou tudo de maneira tão perfeita e ordenada, que chega até a espantar olhos mais atentos e desatentos?
         Pois bem, a Palavra de Deus, nos convida hoje, a elevarmos o olhar para o firmamento, não tanto para nos deleitarmos nas nossas inúmeras fantasias (criadas pela nossa fértil imaginação, quando nos deparamos com tão grande beleza), mas para descobrirmos a luz do sol e das estrelas, ou seja, do infinito e do mistério.
         Somos convidados a contemplar Maria assunta ao céu. Contemplar a Mãe de Deus que sobe no mais alto dos céus, seguindo seu caminho, o caminho do Filho, Jesus. Assunta ao céu, Maria precede todos nós, que se honrarmos nosso nome, Cristãos, participaremos da mesma glória que ela, sendo elevado ao céu, participou. É a glória do Filho, que a admitiu à intimidade eterna com Deus.
         Sabemos que nessa vida, vivemos em meio às duvidas, aos problemas, às dificuldades. Mas não obstante tudo isso, somos convidados a olhar para o alto, para além das realidades: “Conserva teu olhar fixo nas realidades celestiais, e não tenhas em consideração as realidades humanas.”
         São Paulo na sua primeira carta aos coríntios, já os fazia pensar dizendo: “quando o corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade e este ser mortal de imortalidade, se cumprirá o escrito: A morte foi aniquilada definitivamente.” É possível falar de morte, quando celebramos a assunção de um ser mortal ao mais alto do céu? Maria morreu? Tres reflexões nos fazem pensar: a) Maria morreu, assim como Jesus e também como ele, ressuscitou e foi assunta ao céus, da mesma forma que ele ascendeu (mortalistas); b) Maria foi glorificada (imortalistas); c) Maria teria sido glorificada instantaneamente, e essa glorificação teria implicado a morte sem corrupção (intermediaria). Mas deixando de lado coisas difíceis de serem entendidas, fiquemos com a seguinte pergunta: Se Jesus Cristo, o Filho, morreu, porque não a mãe?
         Mas o que é a Assunção? Temos que dizer, que a assunção é a conclusão da Maternidade de Maria. Se o corpo de Jesus não podia ser entregue à corrupção, também o corpo da Mãe, que formou o corpo de Jesus, não podia ser entregue à corrupção.
         Enfim, com Platão, filosofo grego que viveu antes de Cristo, temos que dizer o seguinte: “a vista só é preciosa porque nos faz conhecer as estrelas, os planetas, a lua e o sol. Para mim não existe alegria maior que contemplar o céu numa noite límpida... tem-se a impressão que as estrelas entram na alma.”
         Nesses tempos tão difíceis, deveríamos permitir que a estrela mais resplandecente que todas as outras, Maria, entre em nossa alma, e nos inspire o sentimento da vontade de sermos também nos como ela. Para que como ela, nos comprometamos a ouvir a Palavra de Deus a pô-la em prática. A fim de que, como ela, admirados com as grandes obras que Deus realiza na nossa vida, elevemos o nosso hino de louvor e ação de graças.
         Contemplemos o céu; admiremos Maria; e peçamos-lhe que nos oriente a ir para além das realidades deste mundo, rumo ao mistério, ao sentido último da vida e do ser: Deus.

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