Solenidade
da Assunção de Nossa Senhora
“Conserva
o teu olhar fixo nas realidades celestiais, e não tenhas em consideração as
humanas.” (Cícero)
Quem
de nós, ao longo das muitas noites de verão, já não parou um instante sequer
para observar o céu estrelado e contemplar uma infinidade de pontos luminosos e
nesses pontos luminosos (as estrelas) perceber o quão grande é o criador, que
criou tudo de maneira tão perfeita e ordenada, que chega até a espantar olhos
mais atentos e desatentos?
Pois
bem, a Palavra de Deus, nos convida hoje, a elevarmos o olhar para o
firmamento, não tanto para nos deleitarmos nas nossas inúmeras fantasias
(criadas pela nossa fértil imaginação, quando nos deparamos com tão grande
beleza), mas para descobrirmos a luz do sol e das estrelas, ou seja, do
infinito e do mistério.
Somos
convidados a contemplar Maria assunta ao céu. Contemplar a Mãe de Deus que sobe
no mais alto dos céus, seguindo seu caminho, o caminho do Filho, Jesus. Assunta
ao céu, Maria precede todos nós, que se honrarmos nosso nome, Cristãos,
participaremos da mesma glória que ela, sendo elevado ao céu, participou. É a
glória do Filho, que a admitiu à intimidade eterna com Deus.
Sabemos
que nessa vida, vivemos em meio às duvidas, aos problemas, às dificuldades. Mas
não obstante tudo isso, somos convidados a olhar para o alto, para além das
realidades: “Conserva teu olhar fixo nas realidades celestiais, e não tenhas em
consideração as realidades humanas.”
São
Paulo na sua primeira carta aos coríntios, já os fazia pensar dizendo: “quando
o corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade e este ser mortal de
imortalidade, se cumprirá o escrito: A morte foi aniquilada definitivamente.” É
possível falar de morte, quando celebramos a assunção de um ser mortal ao mais
alto do céu? Maria morreu? Tres reflexões nos fazem pensar: a) Maria morreu,
assim como Jesus e também como ele, ressuscitou e foi assunta ao céus, da mesma
forma que ele ascendeu (mortalistas); b) Maria foi glorificada (imortalistas);
c) Maria teria sido glorificada instantaneamente, e essa glorificação teria
implicado a morte sem corrupção (intermediaria). Mas deixando de lado coisas
difíceis de serem entendidas, fiquemos com a seguinte pergunta: Se Jesus
Cristo, o Filho, morreu, porque não a mãe?
Mas
o que é a Assunção? Temos que dizer, que a assunção é a conclusão da
Maternidade de Maria. Se o corpo de Jesus não podia ser entregue à corrupção,
também o corpo da Mãe, que formou o corpo de Jesus, não podia ser entregue à
corrupção.
Enfim,
com Platão, filosofo grego que viveu antes de Cristo, temos que dizer o
seguinte: “a vista só é preciosa porque nos faz conhecer as estrelas, os
planetas, a lua e o sol. Para mim não existe alegria maior que contemplar o céu
numa noite límpida... tem-se a impressão que as estrelas entram na alma.”
Nesses
tempos tão difíceis, deveríamos permitir que a estrela mais resplandecente que
todas as outras, Maria, entre em nossa alma, e nos inspire o sentimento da
vontade de sermos também nos como ela. Para que como ela, nos comprometamos a
ouvir a Palavra de Deus a pô-la em prática. A fim de que, como ela, admirados
com as grandes obras que Deus realiza na nossa vida, elevemos o nosso hino de
louvor e ação de graças.
Contemplemos
o céu; admiremos Maria; e peçamos-lhe que nos oriente a ir para além das
realidades deste mundo, rumo ao mistério, ao sentido último da vida e do ser:
Deus.
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